sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Sou poeta (Ângela Maria)

 



Como, mastigo, degluto, engulo poemas,
mas não vomito versos,
nem arroto rimas.  
Respiro poesia,
quando é dia, quando é noite,
quando a tarde, mesmo tarde, teima em não ir embora,
e a lua, nessa tarde nua,
cansada de esperar a noite que não chega, aparece,
e então eu não sei a quem eu olho;
se a ela, ou ao sol que ainda não se pôs.
Sou, pois, poeta,
poeta pois eu sou.



Angela Maria Gomes Pereira
Poetisa  caxiense

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