sábado, 14 de março de 2015

CAXIAS - Francisca Girlene



 

 Minha querida Caxias,
“Princesa do Sertão”
Terra de muita beleza,
Cultura, lenda e tradição.

Cidade formosa,
Pátria poetas, professores,

Escritores, jurista, compositores,
Historiadores e artistas.

Mãe abençoada 
Dentre os filhos ilustres aqui estão:
Coelho Neto, Vespasiano Ramos, Gonçalves Dias,
Bandeira de Mello, João Mendes de Almeida,
Déo Silva,  Mestre Rufino, Passinho, Inês Maciel,
Ana Felix, Artur Almada, César Marques e Teófilo Dias.

Quincas Vilaneto, Edmilson Sanches, Jacques Medeiros,
Wybson Carvalho, Laura Rosa, Firmino Freitas, Íris Mendes,
Silvana Meneses, Jorge Bastiani, Mestre Basileu, 
 Carvalho Junior, Libânio Lobo e Adailton Medeiros.

Salgado Maranhão, Celso Antonio Menezes,
Raimundo Teixeira Mendes, Mestre Pastorador,
Alfredo Beleza, Mestre Sibite, Tita do Rêgo, Elpídio Pereira,
Ubirajara Fidalgo, Fabio Keroac, Elizeu Arruda e Renato Meneses.

Minha cidade Caxias,
É linda por natureza,
Temos o Riacho Ouro, Rio Itapecuru, 
Piscina do Ponte, Inhamun, 
Maria do Rosário e o
Complexo Turístico de Veneza

Caxias é tão formosa, mas
Possui marcas no coração:
A Guerra da Independência 
E a Guerra Balaiada, 
Lideradas por homens valentes,
que sonhavam com libertação.

Caxias é linda!
Não há outra igual,
Com seus casarões imponentes,
Estilo colonial.

As igrejas de Caxias
São de uma beleza à parte:
Nossa Senhora de Nazaré,

Matriz, São Benedito, Santo Antonio, 
Rosário dos Pretos e Catedral,
Guardam em seu interior,
Testemunho de fé e arte.

Caxias, minha Atenas Brasileira!
Cidade poema, que eu amo de coração,
Tuas palmeiras onde o Sabiá repousa,
Encantam poetas de toda a nação.

 

14 de Março: Dia da Poesia Nacional



 

Texto do poeta caxiense Wybson Carvalho


A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro, Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.
 
Neste mês de março, precisamente no dia 14, algo de melhor que há no Brasil aniversaria: A POESIA. “A poesia é a arte da linguagem humana, do gênero lírico, que expressa sentimento através do ritmo e da palavra cantada. Seus fins estéticos transformaram a forma usual da fala em recursos formais, através das rimas cadenciadas. A poesia faz adoração a alguém ou a algo, mas pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também. Há três expressões de poesias: as existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas”.

Mas, poesia é, eminentemente, arte e exercício humano/espiritual. Quanto ao questionamento conceitual sobre esse contexto, temos a certeza: Bertoldo Breath se fosse questionado por alguém a respeito do conceito de o quê é a poesia, certamente o questionador já obteria sua resposta - “poesia é o próprio homem/trabalhador e, em realidade, há homens que trabalham anos e anos; esses são considerados bons / há homens que trabalham anos e anos; esses são considerados muito bons / e há homens que trabalham sempre; esses são imprescindíveis...”. Portanto, a poesia é um produto do esforço psicofísico humano. 

O mesmo questionamento, feito a Henfil, é claro, também, ele já nos respondera: - “poesia é arvore de vida e, em realidade, se dela não houver frutos, valerá o perfume e a beleza das flores; se dela não houver flores, valerá a sombra e o abrigo das folhas; e, se, dela não houver frutos, flores e folhas, valeu a intenção da semente...”. Embora a poesia, é claro, também, produto natural do esforçado cio da terra.   

Mas, ser poeta é ser o quê? 

Segundo o sábio professor, poeta e jornalista maranhense, Alberico Carneiro, se é atualíssima, ainda hoje, a teoria de Aristóteles sobre a arte da poesia ou da poética, apresentando-a como imitação, transformação ou mutação da realidade vista por outro ângulo, o poeta é uma espécie de mago, feiticeiro, bruxo ou encantador. Desse ponto de vista, ele, o poeta, pode transfigurar a linguagem da semântica, isto é: fazer com que as palavras, à maneira dos camaleões, passem por um processo mimético ou do mimetismo. E, assim, como camaleão, que, para preservar-se dos predadores mais perigosos, adapta à coloração da pele à cor do ambiente, para fingir e confundir-se com a paisagem, também o poeta faz com que as palavras imitem a realidade, procurando inseri-las no contexto semântico que corresponda à contemporaneidade.             
               
O poeta Português, Fernando Pessoa, traduz esse paradoxo ou ambiguidade aristotélica sobre o ato da imitação à realidade: - “o poeta é um fingidor/finge tão completamente/ que chega a fingir que é dor/ a dor que deveras sente”.

Já o poeta ludovicense, Nauro Machado, outro ser humano-cultural incompreendido em seu tempo, se confessa e, portanto, explica: - “a dor de ser poeta/ do ser fatal/ a dor de ser feroz/ é instante só/ mas que no ser demora e dura e fere/ para que mais doa”.

E um poeta-camaleão, Salgado Maranhão, se faz poetar nas coisas: - “As coisas querem vazar o poema/em sua crosta de enredos, as coisas querem habitar o poema/para serem brinquedos. Chove nas fibras de alguma essência secreta e o poema rasga a arquitetura do poeta”.

Imagem do site  www.cacholaliteraria.com.br

sexta-feira, 13 de março de 2015

MÃE ANDRESA, CAXIENSE, UMA DAS PRINCIPAIS SACERDOTISAS DE CULTO AFRO-BRASILEIRO


 MÃE ANDRESA

ANDRESA MARIA DE SOUSA RAMOS 
(1854-1954), CAXIENSE, 
UMA DAS PRINCIPAIS SACERDOTISAS DE CULTO AFRO-BRASILEIRO

-- Viveu 100 anos. Antropólogos e cientistas de diversos países (Brasil, Portugal, Espanha, Estados Unidos, França) procuraram-na para entrevistas e estudos. É citada em diversos livros.

* * *

10 DE NOVEMBRO DE 1854 — Nesta data “nasce, em Caxias, ANDRESA MARIA DE SOUSA RAMOS, uma das mais famosas mães-de-santo do Maranhão e do Brasil. Seus antepassados tinham sido escravos na sua terra natal. O Dr. PAULO MARTINS DE SOUZA RAMOS, que foi governador e interventor no Maranhão, nas décadas de 1930 e 1940, era da mesma família. 

MÃE ANDRESA, como era chamada, foi líder espiritual da Casa das Minas, em São Luís, um dos terreiros mais antigos do país, da qual foi responsável durante 40 anos, de 1914 até sua morte, em 20 de abril de 1954, uma Quinta-Feira Santa. 

Era das poucas sacerdotisas (ou vodúnsi) reconhecidas como tendo recebido dois nomes africanos: Roiançama e Rotopameraçuleme, títulos ligados à obediência e humildade, ainda que em posição de chefia. Teve namorados e chegou a ser noiva, mas nunca se casou nem teve filhos. Seu proclamado amor por crianças levou-a a ser madrinha de mais de cem afilhados.

A Casa das Minas passou por grandes inovações sob a administração de MÃE ANDRESA, que em certos aspectos fez conhecido o seu lado autoritário.  De extrema generosidade, atendia a quem a procurasse, e não se escusava de fazer doações a pessoas necessitadas. Soube resistir às investidas do Estado Novo, quando tentaram tirar a Casa das Minas da Rua de São Pantaleão, no centro da cidade de São Luís. 


MÃE ANDRESA foi visitada por intelectuais de diversas partes do mundo: EDMUNDO CORREIA LOPES, etnolinguista e historiador português, que a visitou em 1937; ÁLVARO DE LAS CASAS, escritor espanhol, que esteve com ela em 1938; OCTÁVIO DA COSTA EDUARDO, antropólogo paulista, que em 1943/1944 fazia estudos de pós-graduação para a Northwestern University, de Nova York (EUA); MANOEL NUNES PEREIRA, etnógrafo maranhense, que dela recolheu depoimento em 1947, transformado em livro, onde registra que ANDRESA era “autoritária quando é mister; boníssima sempre”; o etnólogo e fotógrafo francês PIERRE VERGER, que a visitou várias vezes em 1948; o sociólogo francês ROGER BASTIDE, que a visitou em 1950; e o vice-presidente da República, CAFÉ FILHO, que a visitou em março de 1953.

MÃE ANDRESA, além de em livros dos autores acima, é citada ou biografada ainda em: "Histórias do Movimento Negro no Brasil", de VERENA ALBERTI (Fundação Getúlio Vargas, 2007); "Mito e Espiritualidade: Mulheres Negras", de HELENA THEODORO (Editora Pallas, 1996); "Querebentã de Zomandônu: Etnografia da Casa das Minas no Maranhão", de SERGIO FERRETTI (Edufma, 1996); "Caminhos da Alma: Memórias Afro-brasileiras", de VAGNER SILVA; "O Caminho das Matriarcas Jeje Nagô", de MARIA DO ROSÁRIO CARVALHO DOS SANTOS (Imprensa Oficial, 2005); "Folclore Maranhense: Informes", de JOSÉ RIBAMAR REIS (4.ª ed., 2004, s/ed.); "De Olho na Cultura", de ANDREIA LISBOA DE SOUSA e ANA LÚCIA SILVA SOUSA (Fundação Palmares, 2005).


EDMILSON SANCHES
edmilsonsanches@uol.com.br
Fotos: Mãe Andresa, em sua Casa, em São Luís - MA.