Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
Poeta maranhense Raimundo Correia
O soneto ora apresentado foi publicado no livro "Sinfonias",
O soneto ora apresentado foi publicado no livro "Sinfonias",
Livraria Editora de Faro & Lino - Rio de Janeiro, 1883.
Um clássico da literatura maranhese e brasileira. Aborda a passagem rápida do tempo. O turbilhao de sentimentos que envolve a adolescência. O poema é uma critica a realidade humana.
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