sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vespasiano Ramos


Joaquim Vespasiano Ramos, nascido em Caxias, Maranhão, em 13 de agosto de 1884,  foi um dos mais representativos poetas de seu tempo. Boêmio, viveu intensamente a sua arte e morreu cedo.

Tinha o verso fácil, agradável, e embora não haja qualquer menção explícita à cidade, sua poesia está fortemente impregnada da alma romântica de São Luís.

Vespasiano Ramos está associado à geração de Xavier de Carvalho e figura também entre os poetas maranhenses cultores do simbolismo. Publicou sua produção poética em jornais e revistas da época, sendo bastante apreciado em vida e calorosamente saudado pela crítica, que cedo reconheceu o fulgor de seu talento e a sua grande sensibilidade artística.

De fato, seu valor estético é inquestionável, mas sua vinculação ao movimento simbolista talvez pareça um pouco deslocada, principalmente levando-se em conta os arroubos românticos sempre presentes em seus versos.

Pobre, precisava trabalhar duro no comércio local para conseguir sobreviver. Mas possuía grandes aspirações e vastos sonhos: cedo libertou-se das amarras que o prendiam à província, tornando-se um viajante compulsivo - uma espécie de cidadão do mundo para quem o mundo era apenas o Brasil e as coisas brasileiras.

A referência biográfica que vale sem restrições à sua vida, porém, é a de ele ter sido um poeta em tempo integral. Tudo mais é especulação, matéria própria para controvérsia. Por exemplo: não se sabe ao certo sequer onde ele faleceu, nem precisamente quando - teria sido talvez no Amazonas, em 1915, ou em Porto Velho, ou ainda mesmo em São Luís, a 26 de dezembro de 1916. Por outro lado, o que realmente importa é que os poetas não morrem de verdade, sobretudo quando seus poemas permanecem embalando o sonho de amantes, sendo apreciados, declamados em saraus literários, copiados em cadernos ou então emoldurados em álbuns de poesia.

Vespasiano Ramos deixou um eloqüente testemunho de sua passagem sobre a terra, o livro Cousa Alguma, editado em 1916. Ele é patrono da Cadeira nº 32 da Academia Maranhense de Letras e da Cadeira nº 40 da Academia Paraense de Letras. Tornou-se duplamente imortal por seus méritos, e vive assim para sempre na memória dos que amam a poesia.  Em sua homenagem foi contruído um grande centro recreativo, em Rondônia, e no Maranhão, uma das mais belas praças da capital recebe o seu nome.

Coelho Neto


Coelho Neto (Henrique Maximiano Coelho Neto), romancista, crítico e teatrólogo, nasceu em Caxias, MA, em 21 de fevereiro de 1864, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de novembro de 1934.

Foram seus pais Antônio da Fonseca Coelho, português, e Ana Silvestre Coelho, índia. Tinha seis anos quando seus pais se transferiram para o Rio. Estudou os preparatórios no Externato do Colégio Pedro II. Depois tentou os estudos de Medicina, mas logo desistiu do curso.

Em 1883 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Seu espírito revoltado encontrou ali ambiente para expansões, e ele se viu envolvido num movimento dos estudantes contra um professor. Prevendo represálias, transferiu-se para Recife, onde fez o 1º. ano de Direito, tendo Tobias Barreto como o principal mestre. Regressando a São Paulo, entregou-se às idéias abolicionistas e republicanas, numa atitude que o incompatibilizou com certos mestres conservadores. Não concluiu o curso jurídico em 1885, e transferiu-se para o Rio. Fez parte do grupo de Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney e a história dessa geração apareceria no seu romance A Conquista (1899). Tornou-se companheiro assíduo de José do Patrocínio, na campanha abolicionista. Ingressou na Gazeta da Tarde, passando depois para a Cidade do Rio, onde chegou a exercer o cargo de secretário. Por essa época começou a publicar seus trabalhos literários.

Em 1890, casou-se com Maria Gabriela Brandão, filha do educador Alberto Olympio Brandão e do casamento teve 14 filhos. Foi nomeado para o cargo de secretário do Governo do Estado do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, Diretor dos Negócios do Estado. Em 1892, foi nomeado professor de História da Arte da Escola Nacional de Belas Artes e, mais tarde, professor de Literatura do Ginásio Pedro II. Em 1910, foi nomeado professor de História do Teatro e Literatura Dramática da Escola de Arte Dramática, sendo logo depois diretor do estabelecimento.

Eleito deputado federal pelo Maranhão, em 1909, foi reeleito em 1917. Foi também secretário-geral da Liga de Defesa Nacional e membro do Conselho Consultivo do Theatro Municipal.

Além de exercer vários cargos, Coelho Neto multiplicava a sua atividade em revistas e jornais, no Rio e em outras cidades. Além de assinar trabalhos com seu próprio nome, escrevia sob inúmeros pseudônimos, entre outros: Anselmo Ribas, Caliban, Ariel, Amador Santelmo, Blanco Canabarro, Charles Rouget, Democ, N. Puck, Tartarin, Fur-Fur, Manés.

Cultivou praticamente todos os gêneros literários,deixou uma obra extensa e foi, por muitos anos, o escritor mais lido do Brasil. Apesar dos ataques que sofreu por parte de gerações mais recentes, sua presença na literatura brasileira ficou devidamente marcada. Em 1928, foi eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, num concurso realizado pelo O Malho. João Neves da Fontoura, no discurso de posse, traçou-lhe o justo perfil:

"As duas grandes forças da obra de Coelho Neto residem na imaginação e no poder verbal. [...] Havia no seu cérebro, como nos teatros modernos, palcos móveis para as mutações da mágica. É o exemplo único de repentista da prosa. [...] Dotado de um dinamismo muito raro, Neto foi um idólatra da forma."

Obras: Rapsódias, contos (1891); A capital federal, romance (1893); Baladilhas, contos (1894); Praga (1894); Fruto proibido, contos (1895); Miragem, romance (1895); O rei fantasma, romance (1895); Sertão (1896); Inverno em flor, romance (1897), Álbum de Caliban, contos (1897); A descoberta da Índia (1898); O morto, romance (1898); Romanceiro (1898); Seara de Rute (1898); A descoberta da Índia, narrativa histórica (1898); O rajá do Pendjab, romance (1898); A Conquista, romance (1899); Saldunis (1900); Tormenta, romance (1901); Apólogos(1904); O bico de pena (1904); Água juventa (1905); Treva (1906); Turbilhão, romance (1906); As sete dores de Nossa Senhora (1907); Fabulário (1907); Jardim das Oliveiras (1908); Esfinge (1908); Vida mundana, contos (1909); Cenas e perfis (1910); Mistério do Natal (1911); Banzo, contos (1913); Meluzina (1913); Contos escolhidos (1914); Rei negro, romance (1914); O mistério (1920); Conversas (1922); Vesperal (1922); Amos (1924); Mano, Livro da Saudade (1924); O povo, romance (1924): Imortalidade, romance (1926); O sapato de Natal (1927); Contos da vida e da morte, contos (1927); Velhos e novos (1928); A cidade maravilhosa, contos (1928); Vencidos (1928); A árvore da vida (1929); Fogo fátuo, romance (1929).

Teatro: Teatro,vol.I: O relicário, Ao raio x, O diabo no corpo (1911); vol. II: As estações, Ao luar, Ironia, A mulher, Fim de raça (1907); vol. III: Neve ao sol, A muralha (1907); vol.IV: Quebranto e Nuvem (1908); vol.V: O dinheiro, Bonança, O intruso (1918); vol.VI: O patinho torto, A cigarra e a formiga, O pedido, A guerra, O tango, Os sapatos do defunto (1924).

Crônicas: O meio (1899); Bilhetes postais (1894); Lanterna mágica (1898); Por montes e vales (1899); Versa (1917); A política (1919); Atlética (1920); Frutos do tempo (1920); O meu dia (1922); Frechas (1923); As quintas (1924); Feira Livre (1926); Bazar (1928).

Teófilo Dias

Teófilo Dias de Mesquita nasceu na cidade de Caxias, no Maranhão, a 8 de novembro de 1854. Era filho de Odorico Antonio de Mesquita e de Joana Angélica Dias de Mesquita. Faleceu na cidade de São Paulo, a 30 de março de 1889. Patrono da cadeira nº 36 da Academia Brasileira de Letras.

Pertencia à família do consagrado poeta Antônio Gonçalves Dias, de quem era sobrinho. Os primeiros estudos de Teófilo foram feitos no Liceu de Humanidades, em São Luís, capital da Província do Maranhão.

Em 1875 já residia no Rio de Janeiro, onde encontrou abrigo no convento de Santo Antônio. Completou sua formação cultural matriculando-se na Faculdade de Direito de São Paulo, na qual concluiu o curso em 1881.

Embora exercesse a militância na advocacia, dedicou-se, também, ao jornalismo, ao ensino e à poesia. Casando-se com uma filha de Martim Francisco, da família Andrada, ingressou na política, filiando-se ao Partido Liberal. Em 1885 era eleito deputado provincial.

Cultivou íntimas relações de amizade com Assis Brasil, Lúcio de Mendonça, Valentim Magalhães e, principalmente, com Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, cujo pai, o visconde de Ouro Preto, seria o último presidente do Conselho de Ministros do Império, derrubado em 15 de novembro de 1889. A amizade com Afonso Celso Júnior, teve com conseqüência, a escolha de seu nome, como patrono da cadeira nº 36, da Academia Brasileira de Letras.

Da obra de Teófilo Dias merecem especial destaque: "Flores e amores", Caxias, 1874; "Cantos tropicais", São Paulo, 1878; "Fanfarras", São Paulo, 1882; "Lira dos verdes anos", São Paulo, 1878 e "A comédia dos deuses", São Paulo, 1888.

Colaborou Teófilo em "Província de São paulo", em "A República", na "Revista Brasileira", de José Veríssimo e em outras publicações.

Lecionou Gramática Filosófica e Francês no Colégio Aquino. Sua poesia, influenciada, a princípio, pelos líricos franceses, foi, aos poucos, assumindo novas formas, de acordo com a tendência geral da época.

Na introdução ao poema de Teófilo Dias - "A comédia dos deuses" - o escritor português Pinheiro Chagas publicou o seguinte comentário:

"A língua portuguesa no Brasil, manejada por um escritor de pulso, como o senhor Teófilo Dias, enriquece-se de um modo estranho; toma nova fulgurações, como os pobres pirilampos da Europa, que na América do Sul se mudam em aladas estrelas.

A metrificação variada, mas variada com arte infinita, presta uns misteriosos efeitos a algumas das suas cenas mais dramáticas".

(Pinheiro Chagas - Introdução ao poema "A comédia dos deuses", São Paulo, 1887).



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Nossos Velhos (Martha Medeiros)

Pais heróis e mães rainhas do lar. Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos.

Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça. A rainha do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá prá implicar com a empregada.

O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra? Fizeram 80 anos. Nossos pais envelhecem. Ninguém havia nos preparado pra isso.

Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas. Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez de eles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional.

Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam. Não fazem mais planos a longo prazo, agora se dedicam a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu. Estão com manchas na pele.  Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.

É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas já não estão no controle da situação. Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina.

Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.

Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular e ainda temos a cara-de-pau de corrigi-los quando usam expressões em desuso: calça de brim? frege? auto de praça?

Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.

Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi. Essa nossa intolerância só pode ser medo. Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.

É uma enrascada essa tal de passagem do tempo. Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros, ainda mais quando os outros são papai e mamãe



Ao Perder a Ti (Ernesto Cardenal)


"Ao perder a ti,
tu e eu perdemos.

Eu, porque tu eras
o que eu mais amava.

E tu, porque eu era 
a que te amava mais.

Contudo,
de nós dois,
tu perdeste muito mais que eu...

Porque eu poderei
quem sabe amar outro como amava a ti.

Mas a ti, com certeza,
não te amarão como te amava eu!"


                                   

Um, dois, três amores (Naldson Carvalho, advogado e poeta caxiense)


Três amores
tive na vida
três dores,
profunda ferida.

O primeiro,
falso e interesseiro,
nasceu tão morto
quanto engano,
para quem não vi,
vivo,
ser tão querida.

O segundo,
sincero e verdadeiro,
fiz partir sorrateiro
levando meu sangue
a me sangrar saudade.

O terceiro,
algoz e traiçoeiro,
fez de mim o derradeiro,
o homem primeiro,
a viver sem querer a vida.


Saudade... (Clarice Lispector)

 

Existem várias dores...
Machucar....
Bater...
Morrer...
Mas a saudade - é a dor maior!

Mais dolorida ainda,
é a saudade de quem se ama!
Da pele.
Do cheiro.
Do beijo.
Da presença.
Da ausência.

Quando o amor acaba,
Pra quem fica amando,
Sobra a saudade!
Saudade de não saber.
De não saber o que ocorre
Com quem se ama...

Saudade de não saber.
Não saber o que se fazer
Com os dias longos que sobram!...
É enterrar o pensamento
Em coisas vãs...
Saudade é chorar ou sorrir
Numa música...
Saudade é o silêncio
Da ausência.
É não saber...
É querer saber....
Saudade... é o sempre doer!

Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda
Que a presença é pouco:
Quer-se absorver a outra pessoa toda.

Essa vontade de um ser o outro
Para uma unificação inteira
é um dos sentimentos mais urgentes
Que se tem na vida.

Viagem (Wybson Carvalho, poeta caxiense)



"As paixões são nuvens
que passam por entre um céu turvo
e corações em brancas ilusões."

Amar (Carlos Drummond Andrade)


Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita. 

Relacionamentos (Arnaldo Jabor)


Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:

'Ah,terminei o namoro...'
'Nossa, quanto tempo?'
'Cinco anos...Mas não deu certo...acabou'
É não deu...'

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.

Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos esta coisa completa. Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...

Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...senão bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta. Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.

Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.. Nada de drama.

Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa.

Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói. Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.

E nem sempre as coisas saem como você quer... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.

Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.  Nem todo beijo é para romancear. Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.

Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?



sábado, 17 de abril de 2010

FANATISMO (FLORBELA


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !

Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !

E, olhos postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."

Amor e Medo (Affonso Romano de Sant'anna)



Estou te amando e não percebo,
porque, certo, tenho medo.
Estou te amando, sim, concedo,
mas te amando tanto
que nem a mim mesmo
revelo este segredo.

À moda caipira (Elias José)

Fonte: Turma da Mônica

U musquitu ca mutuca
Num cumbina.
U musquitu pula
I a mutuca impina.

U patu ca pata
Num afina.
U patu comi grama
I a pata qué coisa fina.

U gatu cum u ratu
Vivi numa eterna luita.
U ratu vai cumê queiju,
Vem u gatu i insurta.

U galu ca galinha
Num pareci casadu.
A galinha vai atrais deli
I u galu sarta di ladu.

U pavão ca pavoa
Mais pareci muléqui.
A pavoa passa reiva
I eli só abri u léqui.

U macacu ca macaca
Num pareci qui si ama:
Ela pedi um abraçu,
Eli dá uma banana...

Eu mais ocê cumbina
Qui dá gostu di vê:
Eu iscrevu essas poesia
I ocê cuida di lê...


domingo, 11 de abril de 2010

Você Mora Dentro de Mim


"Eu te Amo...
e te amarei durante toda minha eternidade...
Te amarei nos seus gestos,
Te amarei no seu sorriso,
Te amarei na sua voz,
Te amarei no que você é!
Sim, eu te amarei em tudo...
No ar que respiramos,
num simples cântico dos pássaros,
no alvorecer, no crepúsculo,
na morte...
Eu te amarei no sol que explode sua luz para iluminar a Terra.
Te amarei nas chuvas que caem...
Na vida... No fim...
E Nem mesmo o céu ou o inferno podem tirar esse sentimento de mim.
Sim, eu quero te amar,
Te amar nas minhas horas de tristezas,
pois sua lembrança só me traz alegrias...
Te amar quando a alegria chegar,
pois amor e alegria é a própria felicidade
e sou feliz enquanto te amo...
Sim, mesmo que em minha vida não exista trevas,
Quero te amar.
Mesmo que o amor se torne algo extinto,
Quero te amar.
Mesmo que a luz do mundo se acabe,
Quero te amar.
E somente a vontade de Deus
seria capaz de me tirar todo esse amor
que alimenta minha própria existência...
Você mora dentro de mim..."



Fonte:
Este texto foi retirado do site http://www.comamor.com.br/voce_mora.asp, que pertence a Ligia Barreto. Por favor não deixe de visitá-lo. Bjs.


O sonho (Olavo Bilac)



“Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade
Solto para onde estás, e fico de ti perto!
Como, depois do sonho, é triste a realidade!
Como tudo, sem ti, fica depois deserto!”

Desejo (Gonçalves Dias)


Ah! Que eu não morra sem provar, ao menos
Sequer por um instante, nesta vida
Amor igual ao meu!

Dá, Senhor Deus, que eu sobre a terra encontre
Um anjo... uma obra tua,
Que sinta o meu sentir.

Uma alma que me entenda, irmã da minha,
Que escute o meu silêncio, que me siga
Dos ares a amplidão!

Que em laço estreito unidas, juntas, presas,
Deixando a terra e o lado, aos céus remontem
Nun êxtase de amor!


Promessas matrimoniais - Mário Quintana

Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?


Promete saber ser amiga e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?

Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?

Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?

Promete se deixar conhecer?

Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?

Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?

Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?

Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?

Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?

Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declara-os maduros.