terça-feira, 5 de setembro de 2017

100 Poemas para Caxias - Parte 3


Fonte: Google Imagens



CAXIAS
(João Fonseca Maranhão)

Caxias, minha eterna namorada.
Jamais te esquecerei, terra querida!
Vejo-te nos meus sonhos retratada,
nos momentos de dor de minha vida.

Não és, por certo, uma ilusão perdida:
És saudade em minh'alma encastelada,
Flor dileta de mim nunca esquecida,
Poema de luz em noite enluarada.

O teu céu, luminoso, cintilante,
Sereno, dum azul resplandecente
É, que sempre me acena para adiante.

Mesmo de longe, tenho-te bem perto;
Terra querida, sabiá dolente,
Juntos sonhamos um porvir incerto.

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CAXIAS
(Bráulio Mangabeira)

Terra sagrada de Gonçalves Dias,
sagrado berço de Coelho Neto,
tu me fazes sentir as harmonias
que na minh'alma não encontram veto.

Hás de ser sempre a vívida Caxias,
virtuosa, suprema, de ar correto.
És a mais bela das topografias
feitas por Deus, em lúcido projeto.

Tu me fazes viver de alta ventura...
me fazes esquecer ágra tortura
que d'outas terras na minh'alma tranco.

És um conjunto de elevadas artes!
meu coração fechado n'outras partes,
só teu seio rútilo destranco.

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ALDEIA
(Cid Teixeira Abreu)

Trezidela
Tresidela

Três Aldeias
ou
trás d'ela.

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EXALTAÇÃO A CAXIAS
(José do Espírito Santos Nascimento)

Tu és linda ó Caxias - formosa realeza!
és altiva, gloriosa e inspiradora, ardente,
tu és repositório excelso da natureza - 
berço de quem tem vida e canta o que a alma sente.

Tuas águas cristalinas, límpidas, refletem
os teus céus que se ornam de belos coloridos
e os cenários de glórias que se não repetem,
guardam tuas tradições nos campos bem floridos.

Tu és o sol bendito que aquece e ilumina,
a lua que embeleza as noites varonis,
a fonte aureolada, pura e tão divina,
que orienta o taciturno e guia o infeliz.

Tu és do sertão a Princesa consagrada,
da Atenas maranhense, orgulho e tradição,
do Brasil grande e forte, és terra sublimada
e do humilde Nascimento, és natal torrão!

Teus filhos te adoram com devoção e amor,
por seres da mãe de Deus a terra abençoada
as visitas te amam, ó fonte de esplendor!
pois és por Jesus Cristo assim purificada.

És repositório de alegrias e ternuras,
berço instimável de fé e de virtude,
onde tuas filhas nobres, santas e tão puras,
deleitam-se a comtemplar da paz e quietude.

És estrela que fulge, ó invicta Caxias!
bela, esplendorosa, nos céus da cor de anil,
és fonte inesgotável de amor e poesia,
que eleva, incentiva e ilumina o meu Brasil!

És de todo maranhense a gleba dileta,
que guarda as tradições de um passado glorioso,
és fonte de esperança, onde a alma do poeta
recebe a inspiração em tom harmonioso!

Tuas palmeiras se elevam lindas e garbosas,
altivas e altaneiras, além na amplidão,
e são marcos das tradições belas, gloriosas,
que te consagram - " Princesa do Sertão".

És, enfim, Caxias querida, a terra santa,
que se reveste de amor, de sonho e esperanças,
como um astro puro que rebrilha e que encanta,
no infinito sereno e azul de nuvens mansas.

E eu contemplo extasiado, a bela formosura
que orna todo o esplendor de tua grande riqueza,
qual brilhante no colo de uma noite escura,
iluminando com sua luz a natureza.

Serei teu servo humilde e filho generoso,
co'afeto e grande amor por tua propriedade,
lutando co'ardor pelo nome valoroso
com que foste premiada por tua dignidade.

Se algumdia tu fores pela guerra ameaçada,
e se estiveres mergulhada em solidão,
terás firme e coeso, ao teu lado, ó terra amada
o filho que te ama de todo coração.

Hei de te ver sempre formosa e encantadora,
cantando as epopéias de tua tradição - 
e beijando a tua fronte pura sedutora - 
ó rainha da esperança - estrela da nação!

Junto ao teu bom povo eu serei sempre feliz,
porque ele possui da bondade o amor e a luz,
que ilumina e reanima as almas varonis,
conduzindo-as, firmes, aos páramos azuis.

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APELOGIA 
(Walter Berg)

A noite chega, o dia foge.
A Cidade dorme e acorda,
Reclama, sem consolo.
Os gentios fogem,
Do dever de cuidar,
Manter viva na memória,
Cuidar da fonte.
Mesmo que de pé em toda aurora,
Não escutam o clamor.
E fogem.

Cantarolam horas,
Comem, bebem e jogam conversa fora!
Vão cedo ao mercado central.
Atravessam os dormentes da Galiana,
Sobem o Morro do Alecrim.
Avistam a cidade,
E ficam mudos, e descem.

Perneiam até o coração dela,
Mas não escutam a taquicardia.
Ela agoniza, faz uma apelogia:
Minha cultura é rica,
Minha gente é bonita,
Sejam meus balaios,
Leiam meu dicionário,
Traduzam minhas linguagens,
Aos gentios bem direitinho.
Eu me chamo Caxias!
Mantenha-me viva pelos séculos futuros!
Amém.

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OBRIGADO CAXIAS (FELIZ ANIVERSÁRIO) 
(Ângela Maria)

A minha terra natal, 
a Caxias das palmeiras das palmeiras 
de Gonçalves Dias, não morreu, 
renasceu no último dia primeiro, 
primeiro dos seus cento e noventa e dois anos 
e dos últimos dias que por lá estive. 

Renasceu em mim, aquela terra que me pariu. 
Pudemos viver em poucos meses, 
os quarenta e tantos anos de distância, 
e uma conhecer (e reconhecer) a outra.
Não , não mudei Caxias, não, 
não me mudei para Caxias, 
Caxias nunca saiu de mim, 
eu nunca saí de Caxias. 
Eu sou aquela pessoa, que se melhorar, estraga, 
se piorar, estraga ainda mais, 
então deixa eu assim: do jeito que Caxias me fez. 

Caxias, se melhorar, estraga, 
porque Caxias não é uma praça, 
não é uma veneza, uma igreja, 
Caxias é o que sua gente é: uma gente humilde, 
que se aceita do jeito que é. 

Tem pobreza em Caxias? Tem coisa "errada"? 
IH! Tem sim, e muita!! 
Mas até isso faz de Caxias um lugar especial,
especial, porque é de dentro da gente, 
e o que tá dentro da gente ninguém tira, 
ninguém conhece, ninguém piora ou melhora, 
só a gente mesmo. 

Caxias fez aniversário, 
Aniversariou na fé de sua gente, 
se perpetuou na fé de seu Clero, 
um Clero que comungou comigo, 
minhas mazelas, e me absolveu assim mesmo, 
que ungiu meu pé, quando caí. 
Me levantou e me deu de beber. 
Caxias me acalmou, porque Caxias não tem pressa. 

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CAXIAS
(Antonio Carvalho Guimarães)


Ah! Caxias gloriosa! Altar nobre e fecundo
de poetas e de heróis. Essa tua sombra egrégia
é a luz viva do sol com que, orgulhoso, inundo
minha vida de monge. E a tua vida, protege-a.

Pan, o deus forte e bom, o sábio mais profundo,
que te conduz, de braços, à luz da glória. E inveje-a
quem, sem prazer, assiste ao progresso do mundo,
que, para a vida, é sempre uma vitória régia!

Hóstia de minha crença, ó Deus do meu culto!
bendigo esse teu solo em que meu sonho encerra,
o meu triunfo vital, a seguir o teu vulto!

Como eu te quero, assim, altiva e senhoril,
Princesa do Sertão, reinando em minha terra,
pontificando sempre o Norte do Brasil!

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OUTRAS PALAVRAS
Silvana Meneses

 ( para CAXIAS)

quando o vento
sussurra no meu ouvido
balança-me, tremula as palmeiras
não existe mais exílio
estou em casa
com o tempo aqui preservado
os becos exalam antigos segredos
as águas ainda murmuram suas canções
os paralelepípedos
sufocados pelo asfalto
outrora pisados por poesia
resistem tal qual
as palmeiras e a sensibilidade
os pássaros voam e pousam
nas vidas entrelaçadas
o canhão lá no morro
guardando o passado
- que de tão longe me dá uma saudade -
com as lembranças adormecidas
numa gaveta a sete chaves.




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