quarta-feira, 19 de novembro de 2014

19 de novembro, Dia da Bandeira do Brasil. E o que Maranhão e Caxias tem a ver com isso?


Quem olha para ela, está olhando para o Maranhão, pois foi um maranhense de Caxias quem a criou. Depois que a República foi proclamada, em 15 de novembro de 1889, a bandeira que o país adotou foi uma cópia da bandeira dos Estados Unidos. Aí, quatro dias depois, em 19 de novembro, o caxiense Teixeira Mendes, filósofo e matemático, sugeriu -- e teve aprovada -- a bandeira que, desde aquela data, nos emociona e nos orgulha. Leia a seguir um pouco mais sobre o assunto. 

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O QUE CAXIAS TEM A VER COM A BANDEIRA BRASILEIRA

19 de novembro é o Dia da Bandeira brasileira. Dentre todos os Estados da Federação, o Maranhão teria mais motivo para lembrar a data. Dentre todos os mais de 5 mil municípios, Caxias seria aquele que mais razão teria de lembrar a data. Afinal, foi um maranhense, um caxiense, Raimundo Teixeira Mendes, o autor do principal símbolo da nacionalidade. A Bandeira é o hino em tecido.

Teixeira Mendes nasceu em Caxias (MA), em 05 de janeiro de 1855 e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1927. (A propósito, vale registrar: Teixeira Mendes, ao final de cada texto seu, assinava "R. Teixeira Mendes"; depois, com pequenas variações, escrevia: "Nascido a 5 de janeiro de 1855, em Caxias, Maranhão. Em praticamente todos os artigos o ilustre caxiense fazia questão de dizer que era nosso conterrâneo).

Teixeira Mendes era filósofo e matemático. Escreveu diversas obras, inclusive "A Bandeira Nacional" e "O Ano Sem Par", este com mais de mil páginas, lançada em dezembro de 1900. Tenho raro exemplar de cada uma dessas obras.

Quando ocorreu a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, a bandeira que os republicanos adotaram era uma cópia -- "cópia servil", adjetivou Miguel Lemos, filósofo e cunhado de Teixeira Mendes - da bandeira dos Estados Unidos pintada de verde e amarelo. Aí, Teixeira Mendes entrou na -- e para a -- História e, quatro dias depois, em 19 de novembro de 1889, apresentou o projeto da bandeira que concebera para o Brasil. O desenho foi logo adotado.

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A BANDEIRA BRASILEIRA 



Desde 1889, quando foi proclamada a República, a bandeira que estamos vendo agora é a mesma que vem presidindo e testemunhando, do mais alto ponto, o correr dos acontecimentos em nosso território.

Cada símbolo nacional tem a sua função, o seu valor. Mas nem o selo, nem o sinete, nem mesmo o brasão das armas nacionais têm estado tão presente nos olhos e na alma do povo brasileiro quanto a sua bandeira.

A bandeira é o hino em tecido: basta vê-la nos grandes momentos para sentirmos aquela mesma comoção sadia, a mesma emoção positiva de orgulho cívico, de cidadania gloriosa. É assim ao vibrarmos com o esportista vitorioso que empunha, mesmo sem mastro, o quadrilátero verde-amarelo. É assim ao nos comovermos com a bandeira enorme sob a qual desfilam anônimas pessoas do povo nas passeatas. É assim quando a vemos empunhada por braços firmes e passadas fortes dos estudantes e dos soldados nos desfiles de 7 de setembro.

A Bandeira Brasileira não deve ser um objeto com datas certas para acontecer, aparecer. Ela deve estar mais presente no dia-a-dia. Na Capital do País, Brasília, pessoas da iniciativa privada mantêm um movimento cívico para ter-se e manter-se a Bandeira Brasileira frente aos prédios de suas empresas. Não se trata de ufanismo piegas, mas de orgulho de ser cidadão e de pertencer a esta Nação.

A Bandeira é isso: aquela que se eleva no simbolismo da luta; aquela que se declina no momento de luto.

Seja no calor da batalha ou na frieza da mortalha, a bandeira, a meio mastro ou no alto, ensina que não nos devemos baixar, derrotados ou derrotistas. Devemos, sim, abrir os olhos e firmar a visão, num gesto de determinação e de superação que “aos fortes e aos bravos só pode exaltar”.

E pelo pouco tempo de existência de nosso País, ter conseguido o destaque que nós temos no concerto das nações significa que esta também é uma terra de bravos.

Viva a bandeira brasileira! Tenha-a sempre à mão. Agite-a: ela espanta os insetos da anticidadania. Use-a: ela é um tônico contra a falta — ou a fraqueza — de civismo.

Que a mensagem de “Ordem e Progresso” de nossa Bandeira continue a balizar o caminho pelo qual todos nós, governantes governados, empregadores e empregados, deveremos trilhar. Que a ordem, aqui, signifique não só disciplina e disposição, mas também boa administração das coisas e das causas públicas. E que o progresso seja, por sua vez, sinônimo de justiça social.

Que as cores da bandeira adquira outros tons. Que o verde, além do simbolismo das matas, seja o da esperança realizadora daqueles que não se acomodam. Que o amarelo não represente apenas a fartura do nosso ouro, mas a riqueza da cultura do nosso povo. Que o azul não se limite ao limite das nossas vistas, que é o céu; mas se amplie por uma visão além dele, que é o espírito.

E o branco, que este não simbolize apenas a paz que é a ausência de guerra, mas a paz de consciência ante as muitas guerras que temos de vencer para reabilitar a maior parte do nosso povo e fortalecer, assim, a própria cidadania, a própria nacionalidade, o próprio País.




Por EDMILSON SANCHES
edmilsonsanches@uol.com.br

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