domingo, 12 de outubro de 2014

MARANHENSES ILUSTRES - PARTE I

MÚSICOS, POETAS E ESCRITORES 
DA MINHA CIDADE CAXIAS


GONÇALVES DIAS Antonio Gonçalves Dias, poeta, professor, crítico de história, etnólogo. Nasceu no sitio Boa Vista, na Mata do Jatobá, município de Caxias/MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu no dia 3 de novembro de 1864, em um naufrágio do navio francês Ville de Boulogne na costa do Maranhão. É lembrado como o grande poeta indianista da geração romântica. Adepto do Romantismo adotou o tema do índio para dar feição nacionalista à sua literatura . Na segunda parte do Hino Nacional, os trechos que estão entre aspas foram extraídos do poema Canção do Exílio: "Nossos bosques têm mais vida", “Nossa vida" no teu seio "mais amores". É lembrado como um dos melhores poetas líricos da literatura brasileira. É Patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras.

COELHO NETO Henrique Maximiano Coelho Neto (Caxias/MA, 21 de fevereiro de 1864 — Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1934). Poeta e escritor, autor do epíteto"Cidade Maravilhosa" em homenagem à Cidade do Rio de Janeiro. Integrou o Parnasianismo, movimento essencialmente poético que reagiu contra os abusos sentimentais dos românticos. Usou em sua obra um vocabulário cheio de artifícios retóricos. Escreveu mais de 100 livros e aproximadamente 650 contos. Foi membro e fundador da cadeira n° 2 da Academia Brasileira de Letras, e também seu presidente (1926).


TEÓFILO DIAS Teófilo Odorico Dias de Mesquita (Caxias/MA, 8 de novembro de 1854 — São Paulo, 29 de março de 1889) foi um advogado, jornalista e poeta brasileiro, sobrinho de Gonçalves Dias e patrono da cadeira nº 36 da Academia Brasileira de Letras. Suas obras: “Flores e Amores", Caxias, 1874; Cantos Tropicais, São Paulo, 1878; Fanfarras, São Paulo, 1882; Lira dos Verdes Anos, São Paulo, 1878; A comédia dos deuses, São Paulo, 1888.



VESPASIANO RAMOS - Joaquim Vespasiano Ramos (Caxias/MA, 13 de agosto de 1884 — Porto Velho, 26 de dezembro de 1916), foi um dos mais representativos poetas de seu tempo. Boêmio, viveu intensamente a sua arte e morreu cedo. Tinha o verso fácil, agradável. Ele é patrono da Cadeira nº 32 da Academia Maranhense de Letras e da cadeira nº 40 da Academia Paraense de Letras. 


TEIXEIRA MENDES Raimundo Teixeira Mendes (Caxias/MA, 5 de abril de 1855 – Rio de Janeiro, 1927). Filósofo, matemático, abolicionista e republicano. Ele foi um dos idealizadores da Bandeira Nacional e autor do dístico “Ordem e Progresso”. Publicou vários livros, entre eles: A propósito da liberdade dos cultos (1888); A política positivista e o regulamento das escolas dos exércitos (1890); A comemoração cívica de Benjamin Constant e a liberdade religiosa (1892); A liberdade espiritual e a organização do trabalho (1902) e A diplomacia e a regeneração social (1908); Apontamentos para a Solução do Problema Social no Brasil (1880); A Pátria Brasileira (1883). 

CÉSAR MARQUES - César Augusto Marques (Caxias/MA, 12 de dezembro de 1826 – Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1900). Foi médico, professor, escritor, tradutor e historiador brasileiro. Patrono da cadeira n° 35 da Academia Maranhense de Letras e da cadeira n° 7 da Academia Caxiense de Letras.

UBIRAJARA FIDALGO - Ubirajara Fidalgo da Silva (Pov. São Pedro/Caxias, 22 de Julho de 1949 – Rio de Janeiro, 3 de Julho de 1986), foi ator, dramaturgo, produtor, empresário, apresentador de TV e diretor de teatro brasileiro. Considerado primeiro dramaturgo negro do Brasil, reconhecido nacionalmente. Peças de Teatro: A Superexcitação (1977-); Desfulga (1977); Os Gazeteiros (1982); Fala Pra Eles Elisabete (1983); Tuti (1985); Bambi's Son (1986).

SALGADO MARANHÃO José Salgado Santos (Pov. Cana Brava das Moças/Caxias, 13 de novembro de 1953). Poeta, escritor, compositor e jornalista. Sua obra é reconhecida por diversos prêmios. Em 1998, ganhou o prêmio Ribeiro Couto, da União Brasileira dos Escritores, com o livro “O Beijo da Fera”. Em 1999, sua antologia Mural de Ventos foi vencedora do Prêmio Jabuti. Em 2011, foi agraciado pela Academia Brasileira de Letras, na categoria poesia, com o livro “A Cor da Palavra”. Entres suas obras estão: Ebulição da Escrivatura (1978); Os Punhos da Serpente (1989); O Beijo da Fera (1996); Mural de Ventos (1998); Sol Sanguíneo (2002); A Pelagem da Tigresa (2009). Composições mais famosas: Caminhos do Sol (c/ Herman Torres), Amorágio (c/ Ivan Lins), Apesar da Solidão (c/ Vital Farias), Ave cigana (c/ Zé Américo), Calmaria (c/ Zé Américo), Choro da lua (c/ Herman Torres), Do princípio ao sem fim (c/ Zé Américo), Eu pensei que você fosse a lua (c/ Zeca Baleiro), Feito passarinho (c/ Paulinho da Viola), Fogo (c/ Carlos Pita), O boi de Prata (c/ Mirabô Dantas), Peleja (c/ Herman Torres), Punhos da Serpente (c/ Xangai), Vôo livre (c/ Ivan Lins), Trem da Consciência (c/Zeca Baleiro).

ELPÍDIO PEREIRA – Elpídio de Brito Pereira (Caxias/MA, 16 de outubro de 1872 - Rio de Janeiro, 13 de abril de 1961), foi violinista, compositor e trabalhou no consulado geral do Brasil em Paris e Londres. O caxiense iniciou seus estudos musicais em Caxias e depois em Lisboa e Paris. Sua obra de maior êxito foi o balé “Les Pommes du Vosin” montado no teatro parisiense Gaité Lyrique, com enorme sucesso, chegando a 76 representações consecutivas. Foi o autor do Hino a Caxias. E escreveu ainda diversas peças sinfônicas e composições: Prelúdio Alegro e Scherzo; Adieu; Triunfal, Nupcial e Santa Cecilia; Dieu Et La Nature; J'aime; Matinée D'octobre; Minha Terra; Plaine; O Lençol; a ópera Cabalar; a Serenade Brésilienne para violino e piano; Romance Sans Paroles; a peça l'Éternelle Présence; Caxias, poema sifonico; Y-Juca Pirama (drama musicalizado inspirado no poema de Gonçalves Dias; A Brasileiras; Marabá (Gonçalves Dias); O Menestrel;  Morre de amor: (poesia de Gonçalves Dias), dentre outras.

JOÃO MENDES DE ALMEIDA - (Caxias/MA, 22 de maio de 1831 — São Paulo, 16 de outubro de 1898) foi escritor, jurista, político, jornalista e líder abolicionista brasileiro. É autor do Dicionário Geográfico da Província de S. Paulo. Fundou e dirigiu os jornais: A Lei, A Opinião Conservadora, A Ordem, A Autoridade, A Sentinela e A Sentinela Monarquista, todos em São Paulo. Sua atuação mais marcante foi à frente do movimento abolicionista, tendo redigido a Lei do Ventre Livre. Sua ainda não dimensionada produção jornalística e sua magistral obra jurídica, sua atenção e atuação em favor de pessoas carentes, entre outras qualidades, levaram a maior cidade do Brasil - São Paulo - a dar o nome do caxiense a uma de suas principais praças, com direito a busto.

BANDEIRA DE MELLO - Manoel Caetano Bandeira de Melo (Caxias/MA 30 de julho de 1918 - faleceu em 2008) - Poeta, ensaísta, advogado, foi membro da Academia Maranhense de Letras. Obra poética: A viagem humana (1960); O mergulhador (1963); Canções da morte e do amor (1968); Da humana promessa (1976); Uma canção à beira-mar (1977); Durante o canto (1978); A estrada das estrelas (1981); Da constante canção (1983).


8 comentários:

  1. Excelente reportagem sobre os Caxienses Ilustres, porém sinto falta de outras personalidades: Dias Carneiro, Wybson Carvalho, Jacques Medeiros, Firmino Freitas, Libânio Lobo, Adailton Medeiros, Déo Silva, Renato Meneses, Quincas Villaneto, Ana Luiza, Ires Mendes, Carvalho Junior.
    Parabéns!
    Renato Filho

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  2. Fran, encontrei seu blog enquanto procurava as poesias de Salgado Maranhão, e... preciso dizer que estou encantado. :). Que alegria ler e relembrar os vultos grandiosos da literatura caxiense. Te parabenizo por este blog, temos grandes nomes na literatura brasileira, temos muita riqueza histórica, política e cultural.Também em Caxias, se encontram belas igrejas, casarões e monumentos do início do século XIX, balneários lindo no Maranhão inteiro como: Veneza, Maria do Rosário e Inhamum são alguns deles.
    Um Abraço! (Moreira)

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  3. Maravilhosa, linda, belíssima, encantadora, exuberante,esta é a minha cidade Caxias, cheia de gente bonita. Berço de poetas maravilhosos e romanticos que encantam .Beijos a t

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  4. CIDADE MARAVILHOSA TERRA LINDA, QUE EU AMO DE PAIXÃO.

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  5. Estava aqui fazendo pesquisa, e ao passar pela net encontrei seu blog, estive a ver e ler alguma postagens é um bom blog, daqueles que gostamos de visitar sempre, e ficar mais um pouco.
    Minhas saudações.
    António Feitosa.
    São Luis/MA

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  6. Negro, de infância pobre e iletrada Salgado Maranhão coloca mais uma vez Caxias no cenário Nacional, e até internacional. Como tantas pessoas de talento, Salgado Maranhão nasceu na zona rural de Caxias, pov. Cana Brava das Moças, aproximadamente 40 km da zona urbana. Trabalhou na roça, viveu em casa de taipa, sem luz elétrica, sem escola, sem médico, sem registro de nascimento. Foi alfabetizado aos quinze anos na capital Teresina/PI aonde entrou pela primeira vez em uma biblioteca publica. Logo apaixonou-se pelas letras, pela poesia. A poesia deu a ele uma nova identidade. Virou poeta e compositor famoso! Hoje é considerado um dos principais poetas do Brasil. Mora no Rio de Janeiro, cidade que o acolheu de braços abertos, como o Cristo Redentor, mas carrega o MARANHÃO no nome, onde quer que ele vá:
    “Onde eu nasci, a servidão reinava insônia
    Ao reis do lento vai e vem dos dias
    Estar vivo já bastava.
    Onde eu cresci meu reino era ninguém.
    Eu sou aquele a quem não se esperava
    com a chave do nome e do vintém
    E se algum rito interno me rondava
    era uma reza que só tinha amém
    Viver era avançar em retrocesso
    por entre rotas ínvias sem acesso
    A desbravar o mar sem caravelas
    Qual párea que é o nutrir-se em seu reverso
    O nada ter-lhe e tendo e por tabela
    Só restem as palavras e as estrelas”.
    (Salgado Maranhão)

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  7. Triste saber que todos esses caxienses foram de grande relevância para o país, embora a maioria deles são desconhecidos em sua própria cidade natal:
    Gonçalves Dias (o maior poeta indianista brasileiro e principal poeta romântico brasileiro),
    Coelho Netto - (o “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”),
    Rodrigues Marques - (contista e romancista),
    João Mendes de Almeida - (redator da Lei do Ventre Livre, considerado o mais completo jornalista brasileiro de todos os tempos),
    Ubirajara Fidalgo - (dramaturgo, produtor e diretor teatral, introdutor do Teatro Profissional do Negro no Brasil e personagem de destaque no movimento negro brasileiro),
    Elpídio de Brito Pereira - (violinista aclamado em Paris, pianista, compositor)
    Aderson Ferro - (odontólogo e escritor, considerado “Glória da Odontologia Brasileira”),
    Raimundo Teixeira Mendes (filósofo e matemático, um dos autores da atual bandeira do Brasil, e autor do dístico “Ordem e Progresso”)...

    Todos esses grandes homens nasceram no Maranhão, mas precisaram abandonar sua terra natal, para poder estudar e ser alguém na vida.

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  8. As obras de Coelho Neto, Teófilo Dias, Elpidio, Cesar MArque, Vespasiano Ramos, estão distante dos círculos acadêmico brasileiros. Obrigada por não fazer os nosso poetas e prosadores caírem no esquecimento.

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