sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Grilhões (Rosane Lima)




A ti, sempre me vejo acorrentada
por aros frios, algemas de saudade.
E quanto mais me apertam com maldade,
menor é o desejo de ser libertada.

Porque se estás presente e eu sou ausência,
pior é ausente, a tua presença estar.
O nosso encontro é um jogo de azar,
pois se me ganhas, cedo-me em falência.

Já sei quem vale mais: não é a riqueza.
E se esse amor cretino é só pobreza,
por ele, eu abdico de milhões.

Assim, de vez, me rendo a teus grilhões.
E nasço e morro a cada dia santo,
a amar-te mais, atada ao teu encanto

3 comentários:

  1. Simplesmente maravilhoso, um poema que apesar de sex, foi feito com muita classe e delicadeza, parabéns.

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  2. Os poemas são de uma sensualidade erótica deliciosa. Bem sugestivo. adorei

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